A minha varanda: novembro 2009

29/11/2009

A entrar nos 29 relaxada

É bom receber presentes daqueles embrulhados e com laços todos pipocas, mas há prendas igualmente deliciosas sem papel para rasgar ou caixas para abrir... Ando a despedir-me dos 28 e, a dias de entrar nos 29, já tive uma dessas surpresas boas de aniversário:

Foi "só" dialogar com ele, fechar os olhos, relaxar e sentir as vibrações.

Nas vésperas do mês em que mais papéis de embrulho se rasgam e mais laços pipocas se destróem, podem optar por oferecer ou uma massagem ou um concerto. Esses ainda não experimentei, mas cheira que são bons...

26/11/2009

Mais cedo ou mais tarde com numerologia

«No creo en brujas pero que las hay las hay»

Prefiro seguir o lema do Cervantes no que toca à numerologia. A propósito, bom programa de rádio.

23/11/2009

Das coisas boas da vida

Ontem à noite estive em Nova Iorque com a amiga C. Passou rápido, foi assim tipo flash com um pé na Chinatown, outro no Central Park e uma passagem na Broadway. Mas foi bom. Depois só me lembro de acordar antes do despertador com um beijo de bom dia do marido. "Foi bom", disse-lhe eu com voz de sonâmbula, acabada de aterrar do meu sonho.

Com mais dúvidas à 2ª feira

Não sei se é mal genético ou teimosice viral, mas sinto que é à 2ª feira que tenho mais dúvidas "filosóficas". As de hoje são:

O que faz o bispo do Porto nas jornadas do PSD?

Por que é que entidades como a Câmara do Porto têm conta no facebook? E por que é que eu sou "amiga" dela?!

O que levam os homens a ver a SIC Mulher?

Como é que a um mês do Natal, e com queixas de que os bolsos andam vazios, meio mundo já anda a comprar presentes?

16/11/2009

Sobre as voltas da vida

Acabei a licenciatura há 6 anos e desde então há colegas de curso que nunca mais vi. Hoje cruzei-me com uma numa situação profissional. Pensei que era o momento para a dita conversa de circunstância, até porque era daquelas situações em que eu tinha de ser simpática e paliar durante 40 minutos (!!!), mas não é que me tirou o pio logo no início:

Ana - Olá, tudo bem?
Colega - Sim. Não sabia que estás aqui. Então, passaste para o outro lado?!?
Ana - Pois foi... [e fiquei de tal modo em versão parar para reflectir nos últimos 2 anos que me cortou as palavras...]

11/11/2009

O Tom compôs para mim

Ó mana, eu sei que foi com todo o carinho que me escolheste o nome, mas cada vez me sinto menos Ana Luísa... O Tom compôs para mim, mas não consigo gostar da música!!!

http://www.youtube.com/watch?v=Eo3Cbd0cUr8

Suponho
Ana Luiza
Se a guarda cochila
Eu posso penetrar no castelo
E galgar a muralha de onde se divisa
O vale, os prados, os matos, os montes,as flores, as fontes, Luiza
Ana Luiza
Eu fiz esta canção pra você
Que pergunta precisa saber
Onde anda Luiza
Luiza
Luiza
Luiza
Por quê me negas tanto assim a primavera?
Se sabes que a última quimera
Existe no mundo de Ana Luiza
Primavera, Ana Luiza
Teus olhos
Em que lago, em que serra, em que mar se oculta?
Escuta, Luiza
Na brisa uma canção fala em você
E pergunta insiste em saber, onde anda
Luiza
Luiza
Luiza
Luiza
Luiza
Eu te amo tanto
Quem há de resistir a todo encanto
Que existe, assiste, em Ana Luiza

09/11/2009

Eu e o muro de Berlim

Imaginem que estamos em Setembro de 1994, tenho 13 anos, e chego a Berlim de comboio vinda de Leipzig. Meto-me em grupo numa das linhas do metro, vejo pela primeira vez na vida um gangue de punks, com um grande pastor alemão como anjo da guarda e um rato de estimação (sentado no ombro de um deles)... Imaginem agora que saltamos numa estação que dá directamente para uma das ruas onde o muro ainda existe em pé. Repleto de grafitis e serve de fundo a uma sessão de fotografia de moda. À cara de ponto de interrogação que fazemos segue-se uma pergunta retórica e colectiva à professora que nos acompanha: "O muro é isto?". Lembro-me que nem esperamos pela resposta e começámos a disparar fotografias [dias depois esqueço-me da máquina fotográfica em cima de um volkswagen e fico sem fotos para recordar...].

O episódio não termina sem que este grupo de tugas teenagers partilhe a mesma caneta e deixe as suas marcas no muro mais conhecido da Europa. É a primeira vez que me lembro de assinar "Ana Magalhães".

05/11/2009

Resolve-se um problema, cria-se desemprego...

Já sabia que em Angola vende-se tudo, literalmente, mas depois do que vi nunca me passaria pela cabeça que também se vende a água dos fontanários públicos... Agora já percebi por que é que não resolvem o problema da falta de água nas torneiras: para evitar o desemprego do José Bonga!!! A reportagem abaixo está um luxo:

O negócio da água, nos bairros Sapú, Golfe e Palanca, na periferia de Luanda, ganha corpo. Muitas famílias têm neste negócio a sua principal fonte de rendimentos. Vivem disso. O negócio remonta há anos, quando, na falta de água canalizada distribuída ao domicílio, o Governo Provincial de Luanda construiu vários fontanários em bairros periféricos da capital. Um desses fontanários foi instalado no bairro Calemba II, município do Kilamba Kiaxi. Hoje, o local é um autêntico mercado de água. As filas começam a formar-se logo pela manhã. Para muitos cidadãos, no encher e acarretar o maior número de baldes, banheiras e tambores de água está o lucro. O jovem José Bonga disse, à reportagem do Jornal de Angola, que está neste negócio há quatro anos. Conta que o seu ganha-pão começa com a recolha de bidões à porta do cliente, enche-os no fontanário da Calemba II e a seguir faz a entrega a cada um dos clientes.

Para o transporte dos inúmeros bidões, José Bonga tem um carro de mão “made in Palanca”. E que não se pense que o trabalho de José Bonga é feito de forma atabalhoada. O jovem diz que tem tudo organizado numa agenda, onde tem anotada uma lista enorme de clientes com endereço, o número e o tipo de bidões entregues para encher. “Assim, não há como um cliente receber bidões de outro”, disse com olhar astuto, indicando que muitos clientes assinalam os seus bidões com verniz para evitar eventuais trocas na hora de recebê-los cheios de água.

(...)