16/12/2006

Nós pimba, nós pimba

No saldo desta novela, Rio perdeu uma excelente oportunidade para se reconciliar com os agentes culturais do Porto, continuando a agir como dono da cidade e como se a maioria absoluta lhe desse o direito de tomar decisões que não constavam sequer do programa eleitoral. Esquece o autarca que, entre os poderes que lhe foram provisoriamente delegados pelos munícipes, se inscreve o dever de promover a cultura enquanto elemento de cidadania. E esta não se constrói oferecendo bilhetes de La Féria e muito menos pondo Quim Barreiros a actuar no palco privilegiado da cidade no fim de ano. Pela parte que me toca, terei vergonha quando as televisões divulgarem que, na cidade que aprendi a sentir como minha, a entrada em 2007 se fará ao som de Quim Barreiros. Ainda por cima, com o contributo dos meus impostos.

3 comentários:

Zé "Prisas" Amaral disse...

Existem ícones culturais nas comunidades em que ninguém deve tocar. O palco do Rivoli é um deles. O rio,(não o edil), as pontes, a própria cidade e as suas gentes, também.
Será que ninguém por aí tem pronúncia do norte, carago?

ps - Esta questão com que fico foi deixada num dos contactos que tive na cadeia do Porto com um tipo que faz animação teatral com reclusos.

Bom dia.

Tânia Magalhães disse...

Eu estou possessa! Como é possível?! Uma das melhores salas do Porto vendidas ao "ferro velho". Não estou com "música no coração" neste momento e parece-me que "Amália" jamais escolheria o Rivoli para cantar!
E o Fantas?! Para onde vai o melhor festival de cinema do Porto?!
E onde vamos tomar café num ambiente mais alternativo?!
Não tenho nada contra o Sr La Féria e admito a magnitude e importância dos seus espetáculos. Reconheço a sua importância para a cultura em Portugal e acho óptimo que os seus espetáculos cheguem mais facilmente ao Porto. Mas no Rivoli?! O problema não é o que vai para lá. O problema é o que vamos deixar de ter e a forma como o negócio foi montado!
Estou possesse, carago!

Ana disse...

zé,
pronúncia no Norte há muito, o que nem sempre há é governantes que consigam ter o sotaque certo. No caso do dr Rui Rio, o objectivo será ter a pronúncia ideal para saltar para palanques nacionais.

Tânia,
Não estejas possessa... acho que há situações bem piores como a promoção da corrida dos carrinhos no circuito da Boavista.

Mik,
infelizmente nunca estive em londres ou nova iorque para saber como conciliar o alternativo com o mais comercial...