Finalmente de férias

Quando já todos regressaram ao ritmo de trabalho, eu finalmente desliguei o botão... e eis-me de férias em Angola, destino de muitos profissionais e poucos turistas :)

Enquanto ainda descubro o que Luanda tem para oferecer aos turistas, os primeiros dias são inevitavelmente passados a olhar de soslaio para prédios velhos, muito pouco cuidados, com lixo a amontoar-se pelas paredes e passagem de odores menos confortáveis (o personagem principal do livro Perfume não poderia aterrar aqui...).

Quis o destino que o primeiro dia fosse passado numa festa bem angolana com funge e kalulu de peixe, literalmente uma arca de cucas e muita música do bar em frente à casa do amigo hospitaleiro, que já não troca a ilha de Luanda pelo país que o viu nascer. Ele já me explicou que a noção de conforto de quem por aqui vive não equivale aos nossos padrões de conforto, mas eu teimo em pensar que se ensinassem noções de bem-estar a todo o mundo, não haveria quem quisesse continuar a viver desta forma...

Num país onde o sol pousa no mar tão cedo e numa cidade onde ainda não me sinto segura sem a luz do dia, diria que ainda vivi muito menos do que queria... Mas na lista das primeiras impressões de Luanda ainda posso distinguir o trânsito que "dá para chorar", nas palavras do motorista José, o amontoado de jipes, marcas e modelos que nem sabia que existiam, os preços loucos de bens de primeira necessidade e o calor estranho desta Primavera que está a terminar, com 26 graus no ar e humidade q.b. para colar ao corpo a poeira que passa por nós.