Angola: da confusão ao paraíso*

Vista aérea da Restinga (Lobito)

Há quem diga que o melhor de Lisboa é a auto-estrada que dá para o Norte... eu acho que o melhor de Luanda é a estrada que segue para Sul! À boleia do «jiminho» mais lindo de África (é easy habituarmo-nos à frota automóvel de Angola...), rasguei das paisagens mais lindas que alguma vez vi: ora me senti nos bastidores do Jurassik Park, só que sem dinossauros, ora no Indiana Jones, quando atravessei o rio Cubal. Sim, já sabem que não me queixo de passear, por isso, nem as lombas do kwanza me fizeram enjoar ;)

Chegados ao destino, e ultrapassado o caos da entrada do Lobito, que significa musseque, lixo, cheiro nauseabundo (...), a entrada na Restinga faz adivinhar novo paraíso, este com mar de um lado e baía do outro, daqueles cenários próprios de cartão postal. Mas por que é que não trazem turistas de fora para aqui? Mas por que é que não investem na promoção deste paraíso? Nem vale a pena teimar...

Do Lobito a Benguela faz-se num tirinho e a organização das ruas direitinhas e arranjadas continua a agradar. Aqui a surpresa foi a Caotinha, outro cartão postal só para quem conhece...

Fosse eu boa fotógrafa e tivesse eu uma boa máquina, deixava-vos imagens dos paraísos que por agora ficam gravados na minha memória. Se vos resta de consolo, tão cedo não devo ter férias ;)

*o mesmo será dizer de Luanda para o resto do país...

Finalmente de férias

Quando já todos regressaram ao ritmo de trabalho, eu finalmente desliguei o botão... e eis-me de férias em Angola, destino de muitos profissionais e poucos turistas :)

Enquanto ainda descubro o que Luanda tem para oferecer aos turistas, os primeiros dias são inevitavelmente passados a olhar de soslaio para prédios velhos, muito pouco cuidados, com lixo a amontoar-se pelas paredes e passagem de odores menos confortáveis (o personagem principal do livro Perfume não poderia aterrar aqui...).

Quis o destino que o primeiro dia fosse passado numa festa bem angolana com funge e kalulu de peixe, literalmente uma arca de cucas e muita música do bar em frente à casa do amigo hospitaleiro, que já não troca a ilha de Luanda pelo país que o viu nascer. Ele já me explicou que a noção de conforto de quem por aqui vive não equivale aos nossos padrões de conforto, mas eu teimo em pensar que se ensinassem noções de bem-estar a todo o mundo, não haveria quem quisesse continuar a viver desta forma...

Num país onde o sol pousa no mar tão cedo e numa cidade onde ainda não me sinto segura sem a luz do dia, diria que ainda vivi muito menos do que queria... Mas na lista das primeiras impressões de Luanda ainda posso distinguir o trânsito que "dá para chorar", nas palavras do motorista José, o amontoado de jipes, marcas e modelos que nem sabia que existiam, os preços loucos de bens de primeira necessidade e o calor estranho desta Primavera que está a terminar, com 26 graus no ar e humidade q.b. para colar ao corpo a poeira que passa por nós.

Esta tem direitos de autor:

A mensagem foi emprestada pela mana. Estejam à vontade para usarem a minha também!

Parabéns, amiga linda!

Com direitos de autor, a amiga linda merece um abraço com jeitinho fofinho ;)

É a vida

São os olhos que ardem de cansaço.
É o visto da viagem marcada que não chega.
São as expectativas congeladas a aguardarem por mim.
É o tempo que voa e não pára.
São indirectas que não se escutam e directas que fazem sorrir.
É a vez que chega atrasada, mas ainda consegue entrar.

...e sou eu armada em poetisa.

Ministro da Qualidade de Vida

Entre o cheiro a mofo das páginas que ando a rever (é o fardo de trabalhar numa instituição com 40 anos de história...), descobri que o governo português teve o ministério da Qualidade de Vida de 81 a 85. Acho que dava uma boa assessora para esta pasta. Votem em mim.

Já tenho Cartão Único (vulgo CU)

... mas ainda não percebi se as instituições já estão preparadas para receber o meu chip com a minha ficha completa.

Ana - Então agora deito fora os meus cartões antigos?
Funcionário - É melhor conservar, porque pode haver lugares onde ainda não haja leitura de chips.